Mesa: Luciana Gatti, Zélia Amador, Alfredo Wagner e Márcia Kambeba.
“O colonialismo destruiu uma ideia de humanidade ao conquistar outros povos pela força, pelo mercado e pelos circuitos de mercado”, diz Alfredo Wagner, doutor em antropologia social. Discutir sobre Perspectivas para a Humanidade é visualizar uma nova dinâmica de existência coletiva não estruturada nos pilares de exploração, violência, e domínio, sobretudo fortalecer os movimentos sociais historicamente oprimidos e silenciados. Em 1948, com a Declaração dos Direitos dos Homens e particularmente no Brasil com a Constituição de 1988, foram introduzidas novas deixas para a humanidade ser construída, fruto do do avanço da diversidade, do reconhecimento das novas identidades coletivas, do reconhecimento da invenção da pan amazônia e juntamente da consolidação do conceito de humanidade. Intenção não é uma fabulação, uma inverdade, mas sim o produto de uma ação política, explica Wagner. A construção hoje da perspectiva da humanidade passa pela mobilização coletiva, pela resistência dos movimentos sociais e pela objetivação das identidades coletivas nos movimentos sociais. Seringueiros, castanheiros, quebradeiras de coco babaçu, faxinalenses, comunidade de fundo e fecho de pasto, peconheiros, ribeirinhos e povos indígenas e povos quilombolas revelam um novo repertório de identidades coletivas, sendo essas identidades coletivas hoje que se manifestam na vida cotidiana, nos lugares mais diversos possíveis, que consolidam o conceito de construção da humanidade. A Pan Amazônia é um grande trampolim para a construção do novo conceito de humanidade. Seja no plano da ciência, seja no plano da política, existe uma deixa para que a humanidade possa ser coletivamente construída, afirma o cientista social.O Círculo I: O Estado das Coisas Perspectivas para a Humanidade, pertencente ao Elemento Ar, ocorrerá no dia 21 de outubro de 2021, com a presença de: Luciana Gatti (SP), Cientista Ambiental – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); Zélia Amador (PA), cientista social, Centro de Defesa do Negro do Pará/ Universidade Federal do Pará; Alfredo Wagner (AM), Antropólogo – Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia/ Universidade Estadual do Maranhão/ Universidade Federal do Amazonas; Márcia Kambeba, Escritora e Poeta do povo Kambeba, Ouvidora Geral da Cidade de Belém e Doutoranda em Estudos Linguísticos da Universidade Federal do Pará.