MOVIMENTOS SOCIAIS DO AMAZONAS SE PREPARAM PARA MAIS UMA EDIÇÃO DO FORUM SOCIAL PAN-AMAZÔNICO
Por J. Rosha
Em preparação ao VIII Forum Social Pan-amazônico que acontecerá em abril de 2017 na cidade peruana de Tarapoto, será realizado em Manaus, no Parque Municipal do Mindu, o pré-Forum, um conjunto de atividades envolvendo apresentações artísticas e debates. O evento terá início nesta sexta-feira, 11, com encerramento previsto para a tarde de sábado.
Os debates giram em torno de três temas: Experiências de Resistência dos povos da Amazônia, Impactos de Grandes Projetos governamentais e processos de descolonização. A organização do evento é feita por movimentos sociais, entidades de apoio aos povos indígenas, organizações indígenas e feministas de Manaus.
O Forum Social Pan-amazônico surgiu como desdobramento do Forum Social Mundial. Foi consequência do esforço de articulação entre os movimentos sociais e organizações populares dos países da Amazônica continental em reação aos efeitos da globalização neoliberal.
As duas primeiras edições do FSPA aconteceram na cidade de Belém/PA, (2002-2003). A terceira foi realizada em Ciudad Guayana, na Venezuela (2004).
Em janeiro de 2005, Manaus sediou o IV FSPA. Em termos quantitativos, foi a maior edição dop Forum com participação de mais de oito mil pessoas de vários países de todos os continentes. Mais de 400 eventos foram realizados, entre oficinas, seminários e conferências.
Os outros eventos do FSPA aconteceram em Belém (2009), Santarém, no Pará (2010), Cobija, na Bolívia (2012) e Macapá, no Amapá (2014).
Ao contrário dos primeiros eventos, onde os movimentos sociais de todo o mundo e, particularmente da Amazônia continental, cresciam na medida em que também aconteciam mudanças políticas importantes em países como
Brasil, Venezuela, Bolívia e Equador, a oitava edição do Forum acontece num momento particularmente desafiador. Em escala mundial, ganharam força nos últimos anos as forças políticas conservadoras, financiadas e à serviço do grande capital. O cenário internacional tem sido marcado por ondas de intolerância, xenofobia, homofobia e racismo.
Para os povos e países da Amazônia, o fortalecimento dos setores políticos conservadores resultará no acirramento de conflitos de toda ordem, uma vez que a região se tornará ainda mais no centro da cobiça pelo acesso e exploração dos recursos naturais.
Os movimentos sociais haverão de incrementar ainda mais sua capacidade de articulação para reunir forças contra o esbulho dos territórios onde grandes empresas mineradoras, petrolíferas, madeireiras e ligadas aos agronegócios avançaram nos últimos anos expulsando de suas terras ancestrais povos indígenas, ribeirinhos e trabalhadores rurais, além causarem impactos ambientais que exigirão longo tempo para se recompor.
A caminho de Tarapoto em 2017, os movimentos sociais e organizações populares da Amazônia brasileira e continental se defrontam com a tarefa de discutir e propor estratégias de enfrentamento para problemas que ultrapassam os limites das fronteiras nacionais e tem o potencial de impactar sobre todos os povos, culturas e sobre a diversidade da vida pulsante na imensidão da floresta.
PRÉ-FÓRUM SOCIAL PAN-AMAZÔNICO BELÉM
NOTA DE APOIO AO MOVIMENTO OCUPA UFPA
As organizações e movimento sociais participantes do Pré-Fórum Social Pan-Amazônico Belém, declaram sua solidariedade e apoio ao movimento OCUPA UFPA dos estudantes de graduação e pós graduação da UFPA, e aos estudantes do ensino médio e instituições federais de ensino por todo o Brasil, por considerarem a luta contra a PEC 55 legítima e imprescindível para a sociedade brasileira hoje!
Esse Projeto de Emenda Constitucional proposto por um governo ilegítimo afeta os investimentos em áreas estratégicas para a vida como a saúde, a educação e a previdência social, ameaçando os direitos sociais assegurados na Constituição Federal de 1988.
Essa luta soma-se às lutas dos povos, comunidades tradicionais e movimentos sociais da Pan-Amazônia pela garantia e defesa dos direitos humanos e sociais profundamente ameaçados.
Continuemos na luta, resistência e ocupação!
Nenhum direto a menos!
Belém, 09 de novembro de 2016
ABONG – Associação Brasileira de ONGs
AMB – Articulação de Mulheres Brasileiras
APCREGGAE – Associação Paraense de Cultura Reggae
Associação Comunitária São Francisco de Assis
CIMI Norte II
FAOR – Fórum da Amazônia Oriental
FASE AMAZÔNIA
FMAP – Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense
Fórum Justiça Pará – Johnny Fernandes Giffoni
GEISAI – UFPA
GMB – Grupo de Mulheres Brasileiras
Grupo A Coisa/ Mulheres do Fim do Mundo
INESC – Alessandra Cardoso
Instituto Eco Vida
Instituto Imanatara
Movimento Articulado das Mulheres da Amazônia
Movimento da Promoção da Mulher
Movimento das Mulheres do Tapanã
Movimento Republica de Emaús
Radio Web IDADEMIDIA.ORG
RECID-PA – Rede de Educação Cidadã
REDE ODS PARÁ
UNIPOP – Instituto Universidade Popular
UNP – União Nacional por Moradia Popular