CÍRCULO DE CULTURA “CUIDANDO DA AMAZÔNIA” Encontros na Foz do Rio Amazonas

Fospa Colombia
Fospa Colombia marzo 20, 2019
Updated 2019/12/13 at 3:46 PM

O Comitê Amapá do Fórum Social Pan-amazônico, realizou o seu terceiro Círculo de Cultura “CUIDANDO DA AMAZÔNIA”, nos dias 02 e 03 de março de 2019, com o objetivo de construir diálogos para afirmação de uma agenda comum no sentido de fortalecer a coluna de resistência “Defesa do território e o cuidado com a natureza”, rumo ao Pré-fórum ENCONTROS – FOSPA/Amapá, previsto para o mês de novembro deste ano. Os círculos de cultura são “espaços” de diálogos, dinâmicos e representativos da democratização fundamental, da força geradora/criadora de/dos diálogos, dos encontros/conexões entre consciências, da reflexão dos sujeitos sobre si, sobre a natureza, sobre o mundo e principalmente, sobre a transformação deste para um outro mundo possível e melhor.

            Com o tema ENCONTROS NA FOZ DO RIO AMAZONAS, o Comitê FOSPA/Amapá navegou do Igarapé da Fortaleza (área portuária de integração entre os municípios de Macapá e Santana, nos estão do Amapá), entrando no nosso rico e vivo Rio Amazonas, até a comunidade das Ilhas do Pará (complexo de ilhas entre os estados do Amapá e o Pará),  a convite de Aldenice Monteiro, moradora e uma das lideranças da comunidade, sócia-fundadora do IEAP – Instituto Educacional do Amapá e Pará (espaço na comunidade onde ocorreu nosso círculo de cultura – fotos em anexo), membro do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do município de Afuá no estado do Pará, atuou por muitos anos na Pastoral da Juventude, e hoje está como vice-presidenta na Associação de Moradores da Comunidade do Maniva, também no estado do Pará, e desde dezembro de 2018, integra o Comitê FOSPA/Amapá.

            A visita na comunidade e o nosso diálogo mediado pela natureza, teve dois momentos significativos para construção de uma agenda comum, coletiva e permanente, importantes para o embasamento das conexões presentes e futuras entre o Comitê FOSPA/Amapá e a comunidade das Ilhas do Pará. No primeiro momento, Wemerson Santos, coordenador do Comitê FOSPA/Amapá fez uma apresentação acerca do Fórum Social Pan-amazônico em seu contexto histórico e propositivo, sua organicidade e faz um recorte a nível internacional, nacional e local, esboçado em uma linha do tempo indicando seus limites, desafios e dificuldade bem como aponta caminhos – a nível local, para o êxito deste evento-processo diante da atual conjuntura. Escutamos esta comunidade em seus anseios e demandas no sentido de aprender/conhecer/contribuir para/com a realidade local e os fazeres e saberes ribeirinhos. Dialogamos intensamente sobre a humanização das relações e principalmente sobre os desafios e as dificuldades haja vista que, o povo das cidades e das águas se reconhecem com problemas e ameaças comuns na defesa pelo território e no cuidado com a natureza e também nos reconhecemos mutuamente no desejo de nos esforçar para enfrentar a luta com amorosidade, fé e esperança e ainda, com força e firmeza para manter e fortalecer a unidade e a solidariedade.

            No dia seguinte, integram-se a este círculo, outras/outros companheiras/companheiros – professoras e professores, pastoral da juventude, poder público, associação de moradoras e moradores, sindicato de trabalhadoras e trabalhadores rurais, para darmos continuidade aos diálogos que se desdobraram ainda acerca do Fórum Social Pan-amazônico e, sobretudo o Sínodo da Amazônia, conduzido por Benedito Alcântara, representante da REPAM/Amapá – Rede Eclesial Pan-amazônia, que acompanha e assessora as assembleias territoriais de estudo e debate com vistas para o Sínodo para Amazônia a partir da Encíclica Laudato Si. Benedito Alcântara ainda contextualizou historicamente o início de toda a construção deste documento-preparatório bem como da encíclica papal, refletindo sobre o que é e qual a importância da participação de todo o povo amazônida, destacando o protagonismo dos povos ribeirinhos na/para construção deste documento, bem como terem sua representatividade legitimada por meio das narrativas nele contido.

            Encerramos nosso ENCONTRO, no belo fim de tarde deste dia três de março, conscientes de que precisamos refletir sobre nossas ações dialogando acerca  das propostas, dificuldades e desafios comuns no sentido de (re)construir outras (re)conexões/diálogos e agendas, fortalecendo coletivamente nossas articulações para compartilharmos nossas vivências e também partilhar nossas experiência na certeza de que possamos aprender uns/umas com os outros/outras.

Escrito por: Comité Local Fospa Amapá/ Brasil

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